A FETHESP realizou, de 13 a 15 de maio, o primeiro módulo do curso “Novo Modelo de Comunicação Sindical”, na colônia de férias, em Praia Grande/SP. O treinamento foi ministrado pela psicodramatista organizacional e especialista em Programação Neurolinguística (PNL), Regina Moreira, e teve a participação de delegados de diversos sindicatos filiados.
O curso foi idealizado pelo presidente da FETHESP, Rogério Gomes, com o objetivo de iniciar um processo de renovação do discurso sindical, criando novos canais e formas de abordar e dialogar com os trabalhadores na base. “Buscamos aqui oferecer uma experiência nova para atender à necessidade dos associados, usando ferramentas que conhecemos, mas muitas vezes não temos técnica para aplicar e o fazemos de forma intuitiva. Ou então não fazemos, porque não temos conhecimento e prática”, afirmou. “É isso que pretendemos passar para o grupo a partir dessa experiência com a Regina, que faz um trabalho fantástico.”
Segundo ele, a retórica do sindicalismo está cansada e o movimento precisa se reciclar para sobreviver. “Com o tempo os sindicatos tiveram uma adaptação de conduta, que passou a ser assistencialista. Em alguns casos a quantidade crescente de produtos faz o sindicato perder um pouco sua identidade, passando a ser uma empresa que presta serviços. Precisamos mudar esse cenário e tentar construir uma nova relação com os trabalhadores na base, tentando sair, de alguma maneira, dessa questão assistencial”, explicou Gomes. “Além disso, hoje existe a pressão para que as cartas de oposição sejam feitas dentro das empresas. Temos também a questão da falta de comunicação com a própria base. Estamos vivendo um momento muito complicado. Temos que abrir os olhos e mudar essa forma de encarar”, complementou.
Durante o evento, Regina explorou técnicas comportamentais e de expressões. Além disso, também trabalhou com a autoestima dos participantes e a integração do grupo. “A metodologia integra as pessoas, que vão se sentindo mais seguras à medida que vão, paralelamente, revendo seus históricos de vida profissional”, explica a psicodramatista, que também é sócia-diretora da Repensar Cursos. “Propiciamos isso para combinar com o laboratório final, para que elas se permitam serem filmadas, gravadas e analisadas a partir do vídeo.”
Os exercícios adotados por ela incluem dança, dinâmicas em grupo, fala em público, escrita, linguagem corporal, filmagem, entre outros. Para unir os integrantes, Regina também dispensa o uso de mesas e faz com que todos fiquem em situação de igualdade, sentados em torno de uma roda ou então em pé, formando o que ela chama de “círculo mágico”, no qual todos dão as mãos para fortalecer a coletividade, o que os coloca o “mesmo barco”.
A ocasião marcou também o retorno da consultora à Colônia de Férias da FETHESP, onde sua atuação no sindicalismo começou, há quinze anos. “No ano 2000 tive a oportunidade de apresentar um trabalho de desenvolvimento de grupo sindical, com lideranças do Brasil todo. De lá para cá me apresentei para outras categorias e entidades e ampliei minha área de atuação.”
O curso teve carga horária de 20 horas e, ao final, foram entregues certificados aos participantes. No encerramento, o presidente Rogério Gomes agradeceu a presença de todos, o envolvimento dos sindicatos filiados e ressaltou que a Federação já estuda a realização de um segundo módulo. “Se vocês tiverem absorvido de 10% a 15% do que foi ensinado aqui já está excelente para o início de um novo modelo de trabalho. Nós vamos mudar juntos e a federação está de portas abertas para isso”, afirmou. “Vamos continuar discutindo essa experiência para encontrarmos em conjunto mais alternativas e fórmulas para conseguirmos resultados positivos.”
O 2º secretário da federação, Homero Fraccari reforçou a necessidade de os participantes colocarem em prática no dia-a-dia o conhecimento adquirido no evento. “Gostaria que vocês utilizassem tudo isso que aprenderam na base de vocês. Temos que levar isso para o trabalhador, porque cada vez mais as pessoas não querem saber de sindicato por causa do comodismo de muitos dirigentes. A FETHESP está fazendo o contrário. Estamos indo ao encontro do trabalhador. Vamos valorizar isso”, finalizou.
Opinião de participantes do curso
“Foi uma grande experiência,uma metodologia inovadora,que eu nunca tinha visto. Eu já fiz esse tipo de curso, há uns dez anos, mas ele mudou. Está mais avançado, então foi ótimo,muito proveitoso.”
Jean Carlos da Silva
Sindeturh Presidente Prudente
“Foi desafiante, porque é uma nova realidade sindical e você se depara com problemas que antes considerava que não tinha. O curso vem justamente para superar essas debilidades.Achei muito produtivo.”
Aparecido Pires de Moraes
Seecmatesp SP
“Os cursos que acontecem aqui sempre rendem. A gente aprende muita coisa e até aplica. Esse curso não foi diferente, e vou precisar usá-lo na prática na base. Lá eu vou lapidar o que estou aprendendo.”
Sidiney Teixeira dos Santos
Seacoturh Osasco
“Gostei do curso, foi muito produtivo e deu para aprender bastante. No decorrer dele a gente perde o medo de falar em público. Acredito que poderiam ter mais cursos de oratória e discurso como esse.”
Priscila Maria da Silva
SindBeneficente Cotia
“Você já começa perdendo o medo de falar em público. Acharia interessante ter um curso como esse a cada seis meses, porque quando você vai para a base tem que saber como se comunicar com o funcionário.”
Célio Roberto de Oliveira
SindBeneficente Cotia
“O curso deu muito resultado, porque sou meio acanhado e nesses três dias houve bastante dinâmica e eu já pude me desinibir. É a primeira vez que participei e sinto que já consigo até assumir uma assembleia.”
Benedito Carlos da Silva
Sindiversão Jundiaí
Quando foi o primeiro voto feminino no Brasil?⠀ Com a mulher eleitora, vieram outras conquistas de espaço na sociedade. Veio a primeira mulher a eleger-se deputada estadual no Brasil, e a luta pela emancipação feminina foi ganhando impulso em todo o país, levando o voto feminino a ser regulamentado em 24 de fevereiro de 1934 no governo Vargas.⠀